quinta-feira, janeiro 11, 2007

Divagações sobre o ser, a liberdade…

Qual o sentido de ser livre? E uma vez que se é livre, qual o objetivo? Como você sabe que é livre? Livre de dogmas, preconceitos, regras, moral…?
Ignorando fatores políticos e sistemas econômicos, podemos dizer que uma pessoa (eu, você e o resto da humanidade) pode a qualquer momento mudar o curso de sua vida, não tendo absolutamente nada que a impeça além de sua própria vontade. Talvez eu esteja um tanto perdido numa possível cegueira, mas isso me parece um fato irrefutável*, e assim sendo anularia a idéia de um “destino”, ou de uma suposta vida designada a um propósito. A liberdade seria algo que torna possível escolher dentre todas as alternativas possíveis, aquela que pega o caminho mais curto em direção a uma vontade ou ambição. As escolhas naturalmente carregam certas responsabilidades, que nada mais são do que as conseqüências das mesmas. Logo atribuir a responsabilidade de seus próprios atos a forças externas é aceitar a ridícula idéia de que somos pré-definidos ao nascer. E aceitar isso nos leva a outro ponto…

Uma coisa pré-definida é algo cujo propósito foi concebido antes que sua própria existência viesse a tona. Uma casa, geralmente, é projetada antes de ser construída e tem um propósito bem claro. Logo uma casa é algo basicamente estático, ela foi essencialmente definida antes mesmo de existir. Aceitar o destino como parte de sua vida, ou um plano de um ser supostamente maior, é comparar sua própria vida a de uma casa. Essa é uma das conclusões mais estúpidas a que se pode chegar a respeito da própria existência. Ao contrário da casa, que não possui liberdade, um ser racional, que percebe a si e ao mundo, detém consciência e logo a liberdade de negar, aceitar e se abster frente a qualquer adversidade ou imprevisto, e por conseqüência disso é senhor de sua própria história e dono da liberdade (inata). Mesmo aqueles que atribuem atos a forças externas (deus, diabo, astros, etc.) é, de fato, quem está decidindo sobre a própria vida e prefere mentir a si mesmo a encarar o absurdo que é a vida.
Absurdo da vida? Sim, desde que você aceite que leva uma vida miserável, pela qual você não pode e nem será recompensado por uma força maior e aceite o peso de ser livre, terá provavelmente alcançado uma grande vitória pessoal. Ao aceitar que determinada coisa funciona como tal, torna-se mais simples (ou menos complexo) aproveita-la como ela é. Não se trata de conformismo, mas a única razão para acreditar em algo maior que a vida (deus?) é a própria vontade, e isso [a vontade] alimenta a idéia de que quem cria o próprio destino é ninguém se não o próprio eu.
Mas e as outras pessoas? Se uma pessoa é dona de sua própria vida e destino, qual a importância dos outros? Eu penso que você, por si só, não pode se conhecer totalmente. É através dos olhos dos seus amigos e das pessoas que convive que você consegue se enxergar plenamente, e incluir-se no mundo. Por mim mesmo nunca entendo minha própria pessoa, através dos olhos de outras pessoas é que me percebo melhor, ainda que por um curto período. É a convivência que me faz ter certeza que faço as escolhas que desejo. Embora muitas vezes os outros atrapalhem meus planos e idéias, sem eles no meio do caminho nada faria muito sentido.

Admita, nós apenas existimos, sem determinações. E vamos construindo nossa essência por meio de nossas ações e decisões. Depois eu entro melhor no assunto sobre divindade e forças externas, brevemente citados acima.

* = se considerarmos os fatores políticos, sociais e economicos, ou quaisquer outros pertencentes ao ambiente, ainda assim não vejo este fato sendo negado, mas sim sendo situado. A liberdade permanece, porém situada em um ambiente onde suas escolhas estão limitadas (o próprio conceito de sociedade, seja qual for, já fornece estas limitações).

Por: Fábio

Fonte: Clique

Nenhum comentário:

Verdades Sinceras

Verdades sinceras... Você pode sentir todo calor que existe no sol É só olhar para os lados e veremos pessoas tristes... Olhamos muito...