quarta-feira, novembro 25, 2009

Divagações de um velho bêbado

"Tudo o que era mau atraía-me: Gostava de beber, era preguiçoso, não defendia nenhum deus, nenhuma, opinião política, nenhuma ideia, nenhum ideal. Eu estava instalado no vazio, na inexistência, e aceitava isso. Tudo isso fazia de mim uma pessoa desinteressante. Mas eu não queria ser interessante, era muito difícil."


"É este o problema com a bebida, pensei, enquanto me servia dum copo. Se acontece algo de mau, bebe-se para esquecer; se acontece algo de bom,bebe-se para celebrar, e se nada acontece, bebe-se para que aconteça qualquer coisa."



"Nunca me senti só. Gosto de estar comigo mesmo. Sou a melhor forma de entretenimento que posso encontrar.”


Charles Bukowski

quinta-feira, novembro 19, 2009

My Blueberry Nights

Existe algo além dessa tal felicidade... Não tenha dúvidas!

Algumas doses fazem muito bem, você não imagina(ou sim)!

Apenas os melhores momentos devem ser guardados...

Pois suspiros e lágrimas podem se confundir e causar dores além da conta.

E não será um abraço ou afago que surtirá alguma diferença;

Pois lágrimas respingam do coração como pequenos pedaços de vidros

Vão cortando, cortando...cortando....!

São cortes irreparáveis

Cicatrizes que doem como a certeza da fome!

Como beijos – que são únicos

Únicos na cumplicidade, estranhos no desejo, - ou no acaso.

É um sentimento tão triste, - único

Nem a dor da morte se iguala

- Nem o sentimento de culpa pós orgasmo solitário

Como se diz adeus a alguém sem o qual não consegue viver?

- Eu não disse adeus!

- Não falei nada...

- Só fui embora.

- E no fim daquela noite, decidi pegar o caminho mais longo para cruzar a rua...

Uars




Depois de ontem, não espero nada, além de mim mesmo....

Depois de muitos drinks, penso na vida...

Caminho sussurrando coisas estranhas...

Nem lembro das últimas palavras que pensei....


Quando olho o mar, penso na imensidão das coisas...

Como se o mundo fosse apenas o chão

O brando do céu é tão puro como as lágrimas....


Não vejo o mundo simples e belo....

Vejo apenas dor e ilusão

Onde você estava quando pensei em você?


O ar não é tão puro como antes...

Veja, - as estrelas ainda estão lá!


Os estranhos sempre olham para o céu...

Veja, somos tão puros quanto nossas verdades...


Estranhos passeiam pelos pensamentos

Enquanto você balbucia algo no ar...

Apenas olho para o chão...

quarta-feira, novembro 11, 2009

“A Flor e a Náusea”

Carlos Drummond De Andrade

Preso à minha classe e a algumas roupas,Vou de branco pela rua cinzenta.

Melancolias, mercadorias espreitam-me.

Devo seguir até o enjôo? Posso, sem armas, revoltar-me'?

Olhos sujos no relógio da torre:

Não, o tempo não chegou de completa justiça.

O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.

O tempo pobre, o poeta pobrefundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.

Sob a pele das palavras há cifras e códigos.

O sol consola os doentes e não os renova.As coisas.

Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.

Vomitar esse tédio sobre a cidade.

Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado.

Nenhuma carta escrita nem recebida.

Todos os homens voltam para casa.

Estão menos livres mas levam jornaise soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?

Tomei parte em muitos, outros escondi.

Alguns achei belos, foram publicados.

Crimes suaves, que ajudam a viver.

Ração diária de erro, distribuída em casa.

Os ferozes padeiros do mal.Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.

Ao menino de 1918 chamavam anarquista.

Porém meu ódio é o melhor de mim.

Com ele me salvoe dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!

Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.

Uma flor ainda desbotada

ilude a polícia, rompe o asfalto.

Façam completo silêncio, paralisem os negócios,

garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.

Suas pétalas não se abrem.

Seu nome não está nos livros.

É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde

e lentamente passo a mão nessa forma insegura.

Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.

Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.

É feia.

Mas é uma flor.

Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

Verdades Sinceras

Verdades sinceras... Você pode sentir todo calor que existe no sol É só olhar para os lados e veremos pessoas tristes... Olhamos muito...