Pensar em uma escola ideal seria algo pretensioso de mais na minha concepção, mas, a meu ver a escola tem um papel importante apenas na reprodução da ideologia das classes dominantes, tornando-se apenas mais um instrumento reprodutor do pensamento pequeno-burguês, - onde na realidade não existe perspectiva de vida, tornando-a apenas como um mercado imoral de diplomas.
Sendo essa apenas mais um aparelho ideológico - uma ferramenta que está a serviço do Estado e das classes dominantes para manipular e dominar ainda mais a população, que reproduz a ideologia de trabalhador assalariado tacanho e sem questionamentos sobre o meio e a realidade do país, a grande maioria dos alunos e pais de alunos acredita que o mais importante é o título de diplomado, esquecendo-se da importância no constructo intelectual para uma independência ideológica e crescimento próprio e do país, acreditando que apenas a graduação leva ao sucesso. O Estado brasileiro utiliza a escola apenas para fins financeiros e confundir valores na sociedade.
Os alunos são escolarizados, confundem ensino com aprendizagem, obtenção de graus com educação, diploma com competência, fluência no falar com capacidade de dizer algo novo. Sua imaginação é “escolarizada” a aceitar serviço em vez de valor. Identifica erroneamente cuidar da saúde com tratamento médico, melhoria de vida comunitária com assistência social, segurança com proteção policial, segurança nacional com aparato militar, trabalho produtivo com concorrência desleal. (...) ILLICH,Ivan
A escola é um instrumento disciplinador, trazendo prejuízos ao ser, uma vez que a vida é apresentada no conteúdo curricular de forma automatizada, implica em criar pessoas mecânicas, sem objetivos concretos e projetos de vida. O pensamento ético-filosófico faz com que pensemos nas didáticas utilizadas, que são fracas, devido a corpos docentes despreparados, tanto na construção intelectual, quanto emocional.
Atualmente em São Paulo a discussão discorre sobre a autonomia das escolas e dos professores sobre o conteúdo curricular, onde o Estado preparou cadernos para o corpo docente e discente, sendo esta, uma forma autoritária, aos moldes ditatoriais e fascistas de tentar dizer e ensinar o que acreditam ser o mais importante, colocando em questionamento a liberdade de cátedra, e desprezando os alunos e a construção do conhecimento contextualizado.
A transferência de valores da família para a escola é algo intrigante. O Estado brasileiro com suas políticas assistencialistas e sucateamento das instituições de ensino criam questionamentos, tira o prestígio da categoria educacional e coloca em questão: Como seria a escola ideal? São questões que podem derrubar o discurso anterior, mas, qualquer educador diria, a escola ideal seria aquela em que os professores tivessem todo o respaldo do Estado para o crescimento profissional, pagando cursos de capacitação, não impondo cursinhos para inflar o currículo profissional; mais escolas, salas mais vazias, a descentralização e transferência da educação formal para a família, sendo a escola apenas instrumento-ponte para a construção de conhecimento letrado, ou seja, apenas o acesso para as maravilhas culturais, são questões dúbias, questionamentos éticos, e algo a ser filosofado, não só por filósofos, mas por todos os envolvidos e, principalmente, pela população, mas, alguns pensamentos que me atraem são: Qual é o meu papel na sociedade? Qual a minha real importância na sociedade? O assistencialismo demonstra um bom governo ou a ocultação de uma massa falida? O que é mais importante, o conhecimento ou um papel dizendo que estou formado? Por que as empresas pedem o meu diploma e não dão valor para os meus conhecimentos? São questionamentos que todos devemos e que já sabemos, mas, a questão chave é, é possível mudar isso? Depende apenas da força popular!
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