Certa vez um amigo me disse que para escrever era preciso ter tempo. Imdiatamente soltei a pergunta: - Mas que porra afinal é "ter" tempo? Tempo livre, respondeu, tempo livre! Falou isso sem sentir um pingo de remorso. Nosso tempo original, mata virgem, campo aberto, foi medido, demarcado e repartido em fatias devidadente separadas por arame farpado. Pular a cerca pode custar o emprego, a esposa ou a diversão. Não bastasse o espaço, encontrou-se um jeito de fragmentar o tempo.
Falei ao amigo:---- Minha criatividade não reconhece fronteiras! Para realizar-se, minha criatividade deve ser irremediavelmente indigente, deve abraçar a mendicância.
Ari Almeida
Fonte: http://www.arialmeida.blogger.com.br/